domingo, 29 de novembro de 2009


Aquele claro sol, que me mostrava
O caminho do Céu mais chão, mais certo,
E com seu novo raio ao longe e ao perto
Toda a sombra mortal m'afugentava,

Deixou a prisão triste, em que cá estava.
Eu fiquei cego e só, co passo incerto,
perdido peregrino no deserto,
A que faltou a guia que o levava.

Assi co esprito triste, o juízo escuro,
Suas santas pisadas vou buscando,
Por vales e por campos e por montes.

Em toda a parte a vejo e a figuro.
Ela me toma a mão, e vai guiando.
E meus olhos a seguem, feitos fontes.

António Ferreira


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